Tertúlias sobre Comércio Internacional
tertúliasNo passado dia 26 de Janeiro decorreu, nos escritórios da TIBA em Lisboa, a segunda sessão das tertúlias sobre Comércio Internacional, desta feita dedicada aos mercados angolano e moçambicano. Tivemos como facilitadores desta tertúlia o economista Heitor Martins (dinamizador das temáticas relativas a Angola) e o empresário Paulo Marques (responsável sobre Moçambique).
Foram convidados alguns clientes da TIBA, os quais estiveram atentos quer aos dados sobre a evolução e tendências no mercado angolano, quer aos conselhos sobre as oportunidades de negócio em Moçambique e a cultura deste país – que urge compreender e respeitar.
Esteve igualmente presente a maioria dos colaboradores da TIBA, não só por considerarem fundamental receber pessoalmente os clientes em sua ‘casa’, como por saberem que com o aprofundamento de conhecimentos nestas áreas de mercado poderão dar uma resposta mais eficaz às suas necessidades.
Na avaliação desta tertúlia foi unânime o destaque para a importância da partilha de ideias e conhecimentos, bem como a rede de contactos possibilitada por este tipo de encontros informais. Muitos nos instaram a continuar estes eventos.
Agradecemos a todos os participantes a sua presença – que muito nos honrou e que esperamos ter sido proveitosa – esperando poder revê-los em breve.
Por último, deixamos os comentários de Heitor Martins sobre a temática abordada:
“O grande desafio que se apresenta ao desenvolvimento do comércio internacional, está directamente relacionado com as regras impostas pelos países na defesa da sua economia, bem como na alteração das relações comerciais, decorrentes de novas politicas comerciais e da implementação de estratégias económicas e políticas.
Face à mutabilidade das economias, considerando a actual instabilidade financeira, decorrente da crise económica mundial, o conhecimento desta nova realidade, percebendo os contornos de como essas alterações resultaram e quais as suas origens e os seus objectivos, vieram estabelecer novas formas de acesso aos mercados. O conhecimento das “novas regras de mercado” traduz-se numa mais-valia, que é apresentada de uma forma complexa. O exercício realizado pelos protagonistas da relação comercial, é possuir a informação necessária para disponibilizá-la aos seus parceiros. Cada vez mais, a comunicação e a troca de experiências são o motor que vem reforçar a relação existente na cadeia comercial, complementando a emaranhada teia existente das trocas comerciais.
Nesse sentido, a compreensão dos dados económicos de determinados países, bem como a percepção das suas realidades, muito próprias, com normas adequadas à sua economia, servem para percebermos o novo guião que permitirá aos operadores económicos terem na sua posse informação que condicionem a sua decisão, em termos comerciais.
Nesta tertúlia, pretendeu-se dar foco aos dados económicos sobre dois países: Angola e Moçambique. Sobre o primeiro país, com o qual as relações comerciais com Portugal desempenham um papel muito importante, para muitos operadores económicos, com as recentes alterações comerciais e politicas, traduziram-se no estabelecimento de novas regras, onde a adaptação, às mesmas, foi imperativo, bem como numa reflexão necessária por parte dos investidores externos. As novas regras estabelecidas por Angola traduzem-se numa política proteccionista, com o objectivo de desenvolvimento da sua economia doméstica e para diminuir o peso das importações na sua balança comercial. Foi também abordado a recente crise petrolífera e com a baixa do valor do preço do barril de petróleo, que face aos dados apresentados, vem influenciar as contas públicas angolanas, devido à grande dependência que este país possui sobre esta mercadoria, ao nível da exportação e consequentemente do seu PIB.
No entanto, mesmo com estas “novas regras de mercado”, Angola desempenha um papel muito importante para a economia portuguesa, sem nunca esquecer os laços que nos unem, a todos os níveis.
Sobre Moçambique e apesar dos dados apresentados terem sido muito generalistas, a oportunidade de contar com a presença de alguém que conhece a economia moçambicana como ninguém, tornou a partilha de conhecimentos muito mais apelativa e interessante. O acesso à informação que é disponibilizada por organismos internacionais e nacionais, não é a mesma coisa do que ter o relato, na primeira pessoa, do que é fazer negócios em determinado local ou país.
Moçambique revela-se, para os investidores, como um destino muito atractivo. Considerando as inúmeras obras públicas em desenvolvimento e os projectos previstos para os próximos anos, muitas áreas de negócios são abertas aos investidores que pretendem estar presentes e possuírem um papel importante no desenvolvimento deste país.
Em suma, as relações comerciais existentes com estes dois países, baseiam-se, de certa forma, na relação comercial e pessoal que é estabelecida entre fornecedores e clientes e essa base de confiança é um importante factor dentro do comércio mundial.
Uma vez mais, as consciências foram despertas para realidades colaterais que estão directamente ligadas ao comércio internacional e que, por vezes, podem fazer toda a diferença entre o sucesso e o desastre.” (Heitor Martins, economista)
Leave a Reply
Want to join the discussion?Feel free to contribute!