Sectores tradicionais a crescer
Sectores tradicionais aumentam as exportações portuguesas
Os sectores de actividade tradicionais são exemplos de sucesso e destacam-se actualmente por exportarem cada vez mais e por abrangerem mercados para além da União Europeia. Os sectores têxtil, do calçado, da cortiça, agrícola, e metalúrgico/metalomecânico estão a fomentar as vendas para o exterior e têm conseguido sobreviver à actual crise económica.
Começando pelas exportações na área do calçado, as vendas aumentaram mais de 40% nos últimos quatro anos e os produtos são exportados para mais de 130 países, com marcas próprias a serem responsáveis por metade das vendas ao exterior. Por outro lado, esta indústria tem ainda assistido ao regresso das maiores marcas de luxo mundiais às fábricas portuguesas, havendo multinacionais de calçado a deslocarem novamente a sua produção para o nosso país.
Segundo Fortunato Frederico, Presidente da Associação dos Industriais de Calçado (APICCAPS), estes resultados reflectem o investimento no processo de internacionalização: «Para conseguir atingir esse objectivo da internacionalização, reforçámos a nossa aposta em matéria de promoção comercial externa. Simultaneamente, temos vindo a migrar a nossa produção para os segmentos de maior valor acrescentado. Acresce que temos vindo a aprofundar a aposta em mercados de elevado potencial de crescimento que nos permitam alargar horizontes».
«É importante que as empresas atendam à capitalização para poderem estar sólidas»
A evolução dos sectores tradicionais do têxtil e vestuário ainda é mais intensa: estas áreas de actividade encerraram o ano de 2013 com 4,257 mil milhões de euros, mais 11% do que em 2010, tornando-se o melhor ano dos últimos cinco. Actualmente, estes sectores tradicionais exportam para 184 países, incluindo para a China, onde pretendem duplicar as vendas para 60 milhões até ao final da década. Tal como acontece com a indústria do calçado, as marcas internacionais de renome estão a regressar para Portugal, após a deslocalização em massa para Leste europeu.
Apesar destes resultados positivos, Paulo Vaz, Director-Geral da Associação Têxtil e Vestuário (ATP), enumera as medidas e iniciativas que podem acelerar as exportações nos próximos anos: «Continuar a diversificar para os mercados emergentes, apostar nos têxteis técnicos e funcionais, estimular a investigação aplicada e continuar a promover o regresso de alguns clientes internacionais. Depois da preocupação de sobreviver, reestruturando-se, de segurar quotas, agora é importante que as empresas ganhem dinheiro para crescer de maneira saudável. É importante que as empresas atendam à capitalização para poderem estar sólidas».
Destaque ainda para a indústria metalúrgica e metalomecânica, a qual vendeu ao exterior, em 2013, quase metade dos 12,6 mil milhões que factura. Neste sector, o crescimento das exportações face a 2010 foi de 27%
Na opinião de Rafael Campos Pereira, Vice-Presidente da Associação dos Industriais de Metalurgia e Metalomecânica (AIMMAP), «a consolidação da estratégia de diferenciação das empresas, que já antes da troika vinham a apostar na inovação, foi essencial para aumentar as exportações do sector durante o período de reajustamento».
Um outro sector de actividade tradicionalmente com vocação exportadora é o da cortiça, o qual cresceu 11% em 2013 face a 2010, facturando 835 milhões de euros. O sector acompanhou as tendências de crescimento nas áreas do consumo e produção no sector vitivinícola, num esforço sustentado pelos valores da qualidade, inovação e procura de novas aplicações para o produto.
Por fim, destaque-se ainda o sector agrícola, cuja necessidade de incremento das exportações resultou sobretudo da diminuição da procura a nível do mercado interno, e que rondou o dobro das exportações de outros sectores. O aumento homólogo das exportações de produtos alimentares, não transformados, até Fevereiro de 2014, cifrou-se em 15,2%.
Fonte: Jornal de Negócios, 07/05/2014.
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