Exportações dão salto de gigante nos anos da «troika»
Entre 2010 e 2013, altura em que Portugal esteve sob resgate financeiro, o número de empresas exportadoras de bens aumentou 13%, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados pelo Semanário SOL. Segundo as mesmas estatísticas, existem actualmente em Portugal 22.751 empresas exportadoras, mais 2.571 do que em 2010. Estes números parecem corroborar a tese de que as políticas de austeridade seguidas pelo Executivo reduziram de tal forma o poder de compra interno que as empresas portuguesas tiveram de se virar para o exterior para sobreviver.
Os números, aliás, não enganam. Antes da chegada da «troika» a Portugal, as exportações de bens e serviços contabilizavam 31,8% do Produto Interno Bruto (PIB). A partir dessa data, as vendas ao exterior aumentaram 24%, para os 68,3 mil milhões de euros. Em 2013, as exportações contabilizavam já 41,2% do PIB.
Exportações foram condição de sobrevivência para empresas portuguesas
O sector dos serviços teve um papel muito importante nesta recuperação económica do país, representando já cerca de 30% do total das exportações portuguesas. Recorde-se que, de acordo com os mesmos dados, as exportações de serviços já valiam 20 mil milhões de euros, ou seja, mais 17% do que no ano anterior.
Deste valor, cerca de 44% devem-se directamente ao sector do turismo, cujos valores aumentaram 7% nos últimos três anos, passando de 8,6 mil milhões de euros para 9,2 mil milhões. Ainda em relação a este mercado, os franceses são os mais gastadores, seguidos pelos britânicos, espanhóis, alemães e angolanos.
Em relação à exportação de bens, o vinho, os têxteis e o calçado foram os sectores que mais contribuíram para o aumento dos números. A aposta aqui tem sido na qualidade e na inovação, como formas de competir e ganhar vantagens competitivas nos mercados internacionais. Em 2012, o sector dos vinhos bateu mesmo o recorde de vendas para mercados exteriores, ultrapassando os 700 milhões de euros, evoluindo ainda para os 724 milhões de euros, em 2013.
Vinho, têxteis e calçado lideram exportações baseadas na qualidade
Aliás, 2013 foi também um «ano de ouro» para o calçado português, que exportou para 150 países, tendo vendido ao exterior cerca de 75 milhões de pares de sapatos, contabilizando 1,7 mil milhões de euros, o número mais elevado de sempre. Os sapatos portugueses são hoje os maiores concorrentes dos sapatos italianos, quer em termos de design, quer em termos de preço, ambos direccionados para segmentos de consumidores da gama alta.
Refira-se, a propósito, que, nos últimos três anos, as exportações de calçado subiram 28%, sobretudo para países de fora da Europa. Ao ponto de Portugal ser já o sétimo maior fornecedor de calçado da China e caminhando a passos largos para o Top 5. Os números da indústria têxtil são similares: até 2010, este sector representava, em termos de exportações, 3,3 mil milhões de euros. Hoje, as exportações da indústria têxtil valem aproximadamente 4,2 mil milhões e contabilizam 71,1% do total da produção «made in Portugal».
Fonte: Semanário SOL; Data: 16 de Maio de 2014
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