Guiné Equatorial aprovada como membro efectivo da CPLP
Timor-Leste irá assumir pela primeira vez a presidência da CPLP durante a cimeira de chefes de Estado e de governo, a realizar a 23/07/2014 em Díli, num encontro marcado pelo regresso da Guiné-Bissau a esta organização – uma vez que estava suspensa desde o golpe de Estado de 2012 – e pela entrada da Guiné Equatorial.
Xanana Gusmão exprimiu publicamente a sua opinião: “Acredito que a Guiné Equatorial será um membro activo e o presidente vai fazer todo o possível para contribuir para a consolidação dos valores da própria CPLP”, afirmou o chefe do executivo timorense.
A entrada da Guiné Equatorial foi fortemente contestada por várias organizações da sociedade civil, não só por o português não ser a língua oficial, como também por o seu governo ser acusado de vários atentados aos direitos humanos e à liberdade individual.
Xanana Gusmão afirmou a este propósito que “As eleições democráticas são sempre bonitas em todo o lado do mundo, mas atendendo a que a Guiné-Bissau vem há várias décadas fragilizando-se há que pensar profundamente em como segurar os resultados já alcançados pelo povo”. Outro princípio estratégico apontado por Xanana Gusmão é o factor económico. Assim, “Às vezes falamos de pobreza, de direitos humanos, de condições de vida das nossas populações e tendo feito uma análise a toda a comunidade, reparado nas graves assimetrias que existem dentro da comunidade e em cada país, nós próprios percebemos que o sector económico é que poderá viabilizar todos os outros objectivos de desenvolvimento do milénio. Sem isso nada se consegue”, concluiu.
Na mesma linha, também o ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Odemiro Baloi, defendeu que a CPLP só admite quem interessa, referindo-se especificamente à adesão da Guiné Equatorial. “Antes de admitirmos qualquer membro, quer como observador, quer como membro de pleno direito, como é o caso, fazemos uma avaliação, estudamos os impactos e só admitimos quem nos interessa”, afirmou o chefe da diplomacia moçambicana.
Conta-se com a presença nesta cimeira dos chefes de Estado de Portugal, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial. Angola estará representada pelo vice-presidente e o Brasil pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Alberto Figueiredo Machado. A Guiné-Bissau será representada pelo primeiro-ministro. Por fim, o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, também vai participar na cimeira e realizar uma visita oficial a Timor-Leste nos dias 24 e 25 de Julho.
Fonte: AICEP, 21/07/2014 (adaptado)
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