Exportação de conservas portuguesas em crescimento
O comércio de conservas está a aumentar em Portugal. Afinal, entre 2012 e 2013, a exportação deste tipo de produtos cresceu quase 17%, somando aproximadamente 206 milhões de euros em vendas internacionais. Só em 2013, a exportação de conservas alcançou a fasquia das 50 mil toneladas. Inglaterra, França e Itália são alguns dos principais clientes.
Castro e Melo, secretário-geral da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP), aponta dois factores para este crescimento: «Um dos aspectos é a chamada “vertente saúde”. Por exemplo, a cavala, o atum e a sardinha, que são muito exportados pelo nosso país, fazem parte do grupo dos “peixes azuis”, ou seja, são alimentos que contam com gorduras saudáveis».
Por outro lado, na opinião do responsável da ANICP, a indústria das conservas portuguesas conseguiu «modernizar-se» e adaptou-se às preferências gourmet de muitos clientes, graças a chefes de cozinha que, através deste tipo de produtos, têm criado pratos cada vez mais elaborados.
De resto, Castro e Melo ainda assegura que a exportação é mesmo o principal motivo para que esta indústria não tenha sentido tanto os efeitos da crise, em comparação com outros sectores. Aliás, as vendas internacionais de conservas são um fenómeno histórico, visto que, de acordo com o secretário-geral, Portugal aposta na exportação há já muito tempo e para mais de 70 países.
Com um volume de negócios a rondar actualmente os 320 milhões de euros – e empregando entre 3.500 e 4.000 profissionais – o sector das conservas encontra-se neste momento à procura de novos mercados, para além da União Europeia.
«As exportações têm aumentado para alguns países de expressão portuguesa como, por exemplo, Angola que, em 2012, foi o primeiro mercado de exportação de conservas fora da União Europeia», refere Castro e Melo. No entanto, a indústria tem encontrado dificuldades em consolidar-se no Brasil: «Trata-se de um mercado complicado, porque tem muitas barreiras técnicas. Como nesse país também há muitos produtores de conservas, são criadas inúmeras dificuldades à exportação dos nossos produtos, nomeadamente a nível de impostos».
Sardinha lidera exportações de conservas portuguesas
As conservas de sardinha são os principais produtos exportados, representado cerca de um terço das vendas internacionais. Logo, em 2013, foram comercializadas cerca de 18 mil toneladas (ou seja, mais 9.8%, em comparação com o ano de 2012). Segundo os dados estatísticos e oficiais da Datapescas, estas exportações correspondem a um valor de 84 milhões de euros.
Tal como explica Castro e Melo, o sector de conservas concentra-se sobretudo no abastecimento de sardinha capturada pela frota de cerco nacional, em condições normais. No entanto, quando este peixe escasseia nas águas portuguesas, opta-se por ir buscá-lo a outros territórios onde exista a nossa espécie.
O atum também integra a lista das conservas mais exportadas: durante o ano de 2013, foram vendidas cerca de 10 mil toneladas, o que é equivalente a 56 milhões de euros. As conservas de sarda e de cavala também marcam presença neste grupo, tendo sido exportadas, no ano passado, pouco mais de oito mil toneladas – isto é, 37 milhões de euros.
Fonte: Diário de Notícias da Madeira, 28-07-2014
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