CPLP e países árabes apostam na construção e imobiliário nacionais
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e os países árabes vão dar cartas nos sectores do imobiliário e da construção civil nacionais. A previsão é de Jorge Oliveira, director de área de feiras da FIL e responsável pela Tektónica, o qual defende que a humildade dos portugueses e a sua capacidade para respeitar as outras culturas podem ser trunfos importantes para o sucesso na concretização de negócios. «Os portugueses têm-se revelado exímios na capacidade de respeitar outras culturas, respeitar as diferentes abordagens ao negócio e, a partir desse facto, construir uma empatia rápida e duradoura», sustentou Jorge Oliveira ao jornal «i».
De acordo com o responsável, o relacionamento intenso de Portugal com os países da CPLP e os PALOP, em particular, é de assinalar. Laços que resultam, sobretudo, da «forte presença das empresas portuguesas em toda a cadeia de distribuição em países como Angola, Moçambique ou Cabo Verde», acrescenta.
Presença das empresas nos PALOP dinamiza aposta externa em Portugal
Jorge Oliveira reconhece que no mundo árabe essa presença ainda não acontece, no entanto, defende que esses países irão ser estratégicos no futuro. «Há todo um trabalho a desenvolver para aproximar empresários e instituições, garantindo assim índices de confiança indispensáveis à concretização de negócios», sustenta o director da FIL.
«Esses países têm uma enorme vontade de trabalhar em Portugal», refere Jorge Oliveira, acrescentando: «Até ao momento, esse investimento tem sido muito reduzido, mas estão lançadas as bases para uma alteração desses pressupostos, uma vez que as empresas portuguesas têm compreendido a importância de estar no radar desses países.»
Exemplificando com a entrada da Oman Oil no capital da REN, Jorge Oliveira recorda que é vantajoso criar consórcios de empresas portuguesas que tenham capacidade financeira técnica e logística para poderem concorrer a grandes projectos. Neste contexto, a Fundação AIP e a CCIAP – Câmara de Comércio e Indústria Árabe Portuguesa – trabalharam em conjunto para desenvolver iniciativas com países árabes do Magrebe ao Golfo Pérsico.
AIP e CCIAP trabalham em conjunto para criar consórcios nacionais
O objectivo é que, num futuro próximo, estes países se aproximem do top 10 das exportações portuguesas no sector da construção, onde já assumem lugar de destaque a Argélia e Marrocos, entre outros. E este trabalho começou já na última edição da Tektónica.
Já no que respeita aos PALOP, o investimento estrangeiro em Portugal é liderado por Angola, nomeadamente no que se refere à aquisição de imobiliário e a alguns pequenos negócios, mas também à participação no capital de algumas das principais empresas portuguesas, representando já algumas centenas de milhares de euros anuais. «Importa referir que é cada vez maior o número de firmas angolanas e moçambicanas a basear os seus negócios em Portugal, servindo de âncora para outros mercados, nomeadamente os países europeus», adianta Jorge Oliveira.
A TIBA apoia os seus clientes com escritórios próprios nos PALOP.
Fonte: 2014-05-26 07:54; Solange Sousa Mendes, «i»
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