Acerca das relações bilaterais México-Portugal
Os últimos 20 anos têm sido cruciais para o desenvolvimento e crescimento económico do México que, depois de superar diversas adversidades, tem incrementado de uma forma muito importante o seu PIB, pelo que é um dos países com fundamentos macroeconómicos mais fortes da América Latina e dos países em vias de desenvolvimento. Desta forma, o México converteu-se, e mantém-se, como um dos grandes recetores de Investimento Estrangeiro Direto. As empresas utilizam o país como ponte natural com a América do Norte e América Latina; atividades que pela sua complexidade se consideravam impensáveis, hoje em dia desenvolvem-se quotidianamente: turbinas para aviões, automóveis, eletrodomésticos e manutenção das redes de telecomunicações em todo o mundo. Neste momento, o país chegou ao ponto em que procura, prioritariamente, duas coisas: aumentar o valor agregado das exportações mexicanas e promover o investimento mexicano no mundo. Para aumentar o valor agregado das exportações mexicanas, identificaram setores de alta relevância e lacunas nas cadeias de valor no México. Assim, o fabrico de plásticos e os processos necessários para o seu desenvolvimento – focado nas indústrias automóvel, aeroespacial e de eletrodomésticos – têm criado oportunidades de negócios que estão em torno dos oito mil milhões de dólares por ano.
Portanto, que relevância tem a relação entre Portugal e o México?
A relação entre ambos os países deve-se em grande parte aos laços culturais que nos unem, assim como à facilidade outorgada pelo Tratado de Livre Comércio existente entre a União Europeia e o México. Por isso, o intercâmbio comercial existente entre as nossas nações de 1999 a 2012, aumentou cerca de 216%. Contudo, existe ainda uma grande área de oportunidade. O México considera que a experiência portuguesa no fabrico de moldes e de maquinaria de corte é de alta relevância, já que, em 2013, se produziram mais de três milhões de veículos e é esperado um crescimento ainda mais pronunciado. Com efeito, a indústria automóvel mexicana gera mais entradas de divisas no país do que o petróleo. A situação atual da economia portuguesa abre a oportunidade para se reinventar. Aqui encontramos outra oportunidade para empresas mexicanas que procurem internacionalizar-se e “tomar” uma parte do mercado português. Da mesma forma, o México tem que reconhecer o valor da experiência de Portugal para fazer negócio com países com os quais tem laços históricos – como é o caso daqueles situados no continente africano. Assim, podemos certamente dizer que estamos perante uma janela de oportunidade única para que, em conjunto, empresas portuguesas e mexicanas superemos a adversidade temporária e conquistemos novos desafios.
Fonte: 2014-05-06 10:29 Artigo de opinião da autoria de Carlos Sánchez publicado no Diário Económico (adaptado)
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